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  • Foto do escritoraguiaranacarol

A sustentabilidade nos chama a honrar aquilo que em essência precisamos sustentar

Atualizado: 19 de nov. de 2023

Entre a onda ESG e a onda de calor, a sustentabilidade nos chama a honrar aquilo que em essência precisamos sustentar: a Vida.


Estima-se que a Terra tenha 4,5 bilhões de anos, a vida no planeta 3,5 bilhões de anos e o Homo Sapiens (apenas) cerca de 200 a 300 mil de anos. Ao longo deste vasto período, nosso planeta passou por inúmeras transformações, criando condições para o florescimento da vida. Muita coisa aconteceu para que pudéssemos estar vivos aqui, agora, conscientes dessa história. Fruto dessa imensa teia diversa e abundante.


E mesmo sendo tão recentes, estamos colocando em risco as condições que garantem a vida na Terra como a conhecemos.


Essa semana ouvi uma fala da ministra Marina Silva em um evento pré-Cop da AYA Earth Partners, em que ela dizia que precisamos falar menos em aumentar ambições e mais em aumentar compromissos.


Metas e ambições são importantes, claro. Mas não bastarão se não resgatarmos dentro de nós um senso de unidade com a Vida, nos unirmos a ela: esse é o compromisso.


A noção que separa ser humano e meio ambiente é cultural. Para muitos povos originários nem existe a palavra “natureza”. Eu aqui, natureza ali. Eu, centro do universo, natureza a meu serviço. Não é assim que a Vida é. A Vida é um todo do qual somos partes, ou “meros convidados”, como nos inspira o poeta Mia Couto.*


A cada escolha que fazemos, como cidadãos, pais e mães, consumidores, gestores de empresas e governos, precisamos nos perguntar: estamos escolhendo pela Vida? Qual? A nossa própria vida, muitas vezes cheia de indulgências, impactos e privilégios, ou A Vida, esse fenômeno muito maior que nós e do qual dependemos?


Certa vez ouvi Ailton Krenak dizer “a vida não é minha, eu sou da Vida”. Se há uma mudança de percepção que precisamos como sustentabilistas, é essa.


(*) “É que em todo o lado, mesmo no invisível, há uma porta. Longe ou perto, não somos donos, mas simples convidados. A vida, por respeito, requer licença.” Mia Couto



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